quinta-feira, 27 de março de 2008

Por que não sair da toca?

Texto velho, de dezembro passado, última coisa quase decente que escrevi em prosa... Foi uma redação que a Sandra passou pra gente no último dia de aula, se não me engano nós tínhamos que partir de um artigo (péssimo e superficial, por sinal) da Folha sobre o que iria mudar na nossa vida dentro de cinco anos e fazer previsões.


Cinco anos pode ser tempo suficiente para mudanças em alguns campos, mas não há necessidade de perquisa científica para prevermos que, nesse intervalo de tempo, em quase nada mudará a mentalidade da população.
Com toda a certeza, a engrenagem capitalista continuará a rodar e nós seremos apenas seu combustível. É uma pena: pessoas continuarão a serem desperdiçadas, porque condicionadas desde pequenas a agirem como a maioria, comformada o suficiente para não se questionar. Será que realmente a felicidade maior, a plenitude da vida podem ser alcançadas quando se aceitam, sem resistência, as amarras da sociedade? Sem experimentar, não dá pra saber o que é melhor. O problema é que as pessoas têm medo, mas não são estimuladas a enfrentá-lo. Preferem ficar na toca, por medo da ocasional chuva, a ver o sol brilhar. Também, que diferença fará, se não sabem o que estão perdendo? A aversão ao pensamento crítico-construtivo está, infelizmente, arraigada por quase todo o mundo.
Um pequeno intervalo de tempo não é, de forma alguma, suficiente para mudanças tão profundas. Primeiro se deve sentir a necessidade delas, refletir e então tomar providências. Não é fácil que isso aconteça no mundo da ilusão. Acredita-se que a democracia é justa e igual para com todos, que a individualidade é respeitada. Os seres humanos, porém, estão cada vez mais homogêneos, dificultando a vida daqueles que tentam abrir nossos olhos.
Sinceramente, é difícil acreditar que a situação possa mudar. Mesmo assim, é nosso dever trabalhar duramente para diminuir a velocidade de giro do sistema. Talvez não em cinco - mas em cinqüenta anos - ele possa começar a parar. De qualquer forma, quaisquer melhoras, mesmo que sutis, são muito bem vindas.

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